domingo, 16 de dezembro de 2012

Esse cara é o rei!



Acho gozado como fãs e demais espectadores conseguem oscilar entre gritos afetuosos a vaias grotescas. Sexta-feira, dia 14/12, no formidável show do cantor e compositor Roberto Carlos foi assim. Ao mesmo tempo em que era ovacionado como Rei, facilmente era descoroado. O público em si, não só nesse show, como em tantos outros que já fui, é assim. Só que nesse show me chamou mais a atenção. Talvez pela gritaria exacerbada que eu não esperava, por ser um show de músicas lentas e românticas cujos fãs são de mais idade e não aguentam esperar por muito tempo. Engano meu. Dentaduras quase voaram. Foi excessivamente enérgico o momento antes da entrada do cantor.
O ponteiro bate às dez da noite e um homem elegante e articulado, dito cidadão de confiança do Rei, entra no palco e dá o recado-estopim para a algazarra. Roberto Carlos estava no trânsito do Rio de Janeiro. Provavelmente parado na Av. Maracanã (rumores a respeito da Rua, kkkk). O fato era que Roberto tentava chegar a tempo desviando do trânsito que o tardava. Segundo bocas fanáticas de arquibancada, ele teria se atrasado, pois estaria retornando da Igreja de Santa Luzia, no centro do Rio, onde passa boa parte de seu tempo livre.   
O Maracanãzinho vai abaixo quando o ponteiro do relógio sinaliza dez horas e cinqüenta minutos. Nenhuma aparição. Nada. Como protesto sutil e lúdico, guarda-chuvas lotam o estádio de cima a baixo, olas e movimentos braçais tomam conta do cenário. Era quase uma partida de FlaXFlu. Quando me descuidei, minha mãe e minhas tias mergulharam na OLA. E eu registrando cada episódio.
olha a OLA
Guarda-chuvas

Onze horas da noite. Roberto surge da luz azul que o ilumina como um anjo caído do céu. O público fecha o guarda-chuva e vai à loucura para viver aquele momento lindo. Daí por diante são somente histórias e letras emocionantes que arrancam lágrimas das mais sentimentais e gritos de “tira essa calça” das mais atiradas. (uma calcinha sobrevoou a plateia durante “os botões da blusa”). Se Roberto não pegou, tenho certeza que Wando, de onde estiver, guardou para ele.
Muito me encantou a história narrada por ele sobre seu cachorro de estimação chamado “Cha cha”. Seu interesse pela leitura sempre o inspirou e um dos livros infantis que leu, onde havia um adorável vira-lata da “melhor qualidade”, serviu-lhe de encantamento para realização da música “O portão” e para a nomeação de seu cachorro. O cha cha dos livros agora pertencia a Roberto Carlos e, toda vez que chegava ao portão, ele lhe sorria latindo.
Esse show me despertou os sentimentos mais pacíficos. A paz que ele gera é única e me fez descobrir o Roberto Carlos poeta. O Rei do romantismo e do sentimentalismo. É importante divulgar que a famigerada música destinada à novela de Glória Perez está relacionada com um homem ideal, disse ele, que tenta ser o cara certo, apesar de afirmar que o cara “sou eu”(soa melhor dessa forma).
O show encerrou, como de costume, com a entrega de rosas vermelhas para os corajosos que tomaram de assalto as escadas do estádio para ir de encontro ao venerável palco azul onde ele esperava.
Tive que carregar minha mãe e minhas tias ou eu dormiria nos degraus do Maracanãzinho..

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