domingo, 23 de dezembro de 2012

O MUNDO NÃO ACABOU, MAS PODE ACABAR!


"Não entendo porque, quando destruímos algo criado pelo homem, chamamos vandalismo, porém, quando destruímos algo criado pela natureza, chamamos progresso."




Espero que 2013 seja um ano que sirva de exemplo para uma vida mais consciente em todos os sentidos, principalmente sob o ponto de vista da educação, valor significativo que possibilita a apreensão de outros valores como respeito. Quem se preocupa com o meio ambiente, tendo compromisso com um desenvolvimento sustentável, RESPEITA não só a natureza, mas o ser humano! E quem respeita o ser humano, respeita a si próprio.
Espero que cogitações como o fim do mundo, que não aconteceu, seja motivo para o olhar para si e para o mundo ao redor, e não uma brincadeira que gera mais negligência e desrespeito. O mundo está enfermo e as pessoas também. Apesar de o fim do mundo não ter sucedido, ele pode vir a acontecer. Enquanto pessoas continuarem maltratando outras, tratando a natureza como depósito de lixo e como território lucrativo para o avanço da fronteira agrícola, NADA E NINGUÉM resistirá. O mundo se acabará em violência, discórdia e a natureza é quem verdadeiramente pode se revoltar contra todas as supressões sofridas. Um cometa ou um calendário insuficiente são estipulações imprecisas. O aparecimento de catástrofes ambientais é a realidade mais óbvia.
Mas, como todo brasileiro, tenho esperanças que tudo pode mudar, só depende de quem se dispõe a isso.
Dois mil e treze combina com EDUCAÇÃO E RESPEITO !


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

MAREMORTAL




Vá velejar
No barco de letras
Que formam palavras
Conforme
O balanço do mar!

Sentir a exclamação
Da ilha a se aproximar !
E a interrogação
Oriunda do mar
Por fazer-se
Maremortal

Que ilha nova
Não se quer aportar?
Palavras desejosas
Por novo dançar
Fartas do mesmo ritmo

Contradança contra a dança
Que não quer musicar
Em sílabas outras
Que se fazem
Tônicas
Átonas
Gente nova

Se vieres, Maremoto,
Traga o balanço
Que arranca âncora
Não deixa parar.
Traga o trema
Para não matar
Letras u
Que precisam soar
Pro barco ir
E indo
Poder encontrar
O Parágrafo 
Que não para!
Virgula entre sentenças
Colossais...

domingo, 16 de dezembro de 2012

Esse cara é o rei!



Acho gozado como fãs e demais espectadores conseguem oscilar entre gritos afetuosos a vaias grotescas. Sexta-feira, dia 14/12, no formidável show do cantor e compositor Roberto Carlos foi assim. Ao mesmo tempo em que era ovacionado como Rei, facilmente era descoroado. O público em si, não só nesse show, como em tantos outros que já fui, é assim. Só que nesse show me chamou mais a atenção. Talvez pela gritaria exacerbada que eu não esperava, por ser um show de músicas lentas e românticas cujos fãs são de mais idade e não aguentam esperar por muito tempo. Engano meu. Dentaduras quase voaram. Foi excessivamente enérgico o momento antes da entrada do cantor.
O ponteiro bate às dez da noite e um homem elegante e articulado, dito cidadão de confiança do Rei, entra no palco e dá o recado-estopim para a algazarra. Roberto Carlos estava no trânsito do Rio de Janeiro. Provavelmente parado na Av. Maracanã (rumores a respeito da Rua, kkkk). O fato era que Roberto tentava chegar a tempo desviando do trânsito que o tardava. Segundo bocas fanáticas de arquibancada, ele teria se atrasado, pois estaria retornando da Igreja de Santa Luzia, no centro do Rio, onde passa boa parte de seu tempo livre.   
O Maracanãzinho vai abaixo quando o ponteiro do relógio sinaliza dez horas e cinqüenta minutos. Nenhuma aparição. Nada. Como protesto sutil e lúdico, guarda-chuvas lotam o estádio de cima a baixo, olas e movimentos braçais tomam conta do cenário. Era quase uma partida de FlaXFlu. Quando me descuidei, minha mãe e minhas tias mergulharam na OLA. E eu registrando cada episódio.
olha a OLA
Guarda-chuvas

Onze horas da noite. Roberto surge da luz azul que o ilumina como um anjo caído do céu. O público fecha o guarda-chuva e vai à loucura para viver aquele momento lindo. Daí por diante são somente histórias e letras emocionantes que arrancam lágrimas das mais sentimentais e gritos de “tira essa calça” das mais atiradas. (uma calcinha sobrevoou a plateia durante “os botões da blusa”). Se Roberto não pegou, tenho certeza que Wando, de onde estiver, guardou para ele.
Muito me encantou a história narrada por ele sobre seu cachorro de estimação chamado “Cha cha”. Seu interesse pela leitura sempre o inspirou e um dos livros infantis que leu, onde havia um adorável vira-lata da “melhor qualidade”, serviu-lhe de encantamento para realização da música “O portão” e para a nomeação de seu cachorro. O cha cha dos livros agora pertencia a Roberto Carlos e, toda vez que chegava ao portão, ele lhe sorria latindo.
Esse show me despertou os sentimentos mais pacíficos. A paz que ele gera é única e me fez descobrir o Roberto Carlos poeta. O Rei do romantismo e do sentimentalismo. É importante divulgar que a famigerada música destinada à novela de Glória Perez está relacionada com um homem ideal, disse ele, que tenta ser o cara certo, apesar de afirmar que o cara “sou eu”(soa melhor dessa forma).
O show encerrou, como de costume, com a entrega de rosas vermelhas para os corajosos que tomaram de assalto as escadas do estádio para ir de encontro ao venerável palco azul onde ele esperava.
Tive que carregar minha mãe e minhas tias ou eu dormiria nos degraus do Maracanãzinho..

sábado, 17 de novembro de 2012

Meus passos




Os poucos passos que dei
Trouxeram-me até hoje
Os que não dei, também.
Metade resvalou-se
Por erros (in)conscientes,
Salutar inexperiência!
Os outros,
Não é porque não existiram
Que foram malogrados
Muito menos em vão.
Em vão foram inexistindo
(iminentes em mim)
Para serem, depois,
Tirados no momento
Em que o vão
Torna-se corredor
Ponte que aponte
Para pontes
Que puntiformemente geram
Passos assertivos, pontiagudos
Como Dardos que
Por caírem de insucesso
Aprimoram-se até o menor campo furtivo

Presente adornado de laços
Abraços, amassos
E beijos que dei,
Nem sempre dados
Outrora roubados, recebidos
Passados, esquecidos
No entanto,
Beijados.

Meus passos são passos que não são
São beijos abraços
Dizeres
Não-dizeres
Coisas e não-coisas
Nada.